domingo, 19 de janeiro de 2014

Namoro

O namoro, uma amizade
Com suprema qualidade
E com a sexualidade

O sexo é uma recompensa
Onde no começo compensa
Nisso se tem que ser fiel
A traição é doce como mel

A fortaleza será testada
Caso seja um qualidade comprovada
Seu parceiro irá conhecer
Medos, inseguranças, como perecer

Fidelidade para nada espalhar
Fortaleza para poder aguentar
Amizade para poder se doar

Para unificação
Há uma benção
O objetivo de criação

Paracelso

Quem nada pode fazer
Nada pode entender
Quem nada entende
Nada vale

Mais quem têm a ação
Têm a compreensão

Quanto mais fizer
Mais terá conhecimento
Maior será o entendimento
Maior será o amor
Maior será a vontade viver

Quem pensa nas estrelas
E acha que são piscadelas
Nada sabe sobre as nebulosas
O que a humanidade sabe delas?

Amigos

Não quero uma batalha
Não o quero ver se vingar
Vamos nos entender
Quero uma vida que valha

Está tudo em sua mente
A paixão? Só um corpo carente
A vida têm muito a nos dar
Basta acreditar

Crescreremos a merçe de Deus
Pelas leis que nos são mostradas
E servem como respostas
De um mundo que estamos confrontando
E você está no  sempre no comando

Temos que passar por estágios
Estamos em vários mundos
Uma arvore nasce e cresce
Uma estrela se forma e da forma
O céu em sua plenetude mostra atitude
No amor há a plenitudes

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Receita de ano novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade

Destruição

Os amantes se amam cruelmente
e com se amarem tanto não se vêem.
Um se beija no outro, refletido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.

Amantes são meninos estragados
pelo mimo de amar: e não percebem
quanto se pulverizam no enlaçar-se,
e como o que era mundo volve a nada.

Nada. Ninguém. Amor, puro fantasma
que os passeia de leve, assim a cobra
se imprime na lembrança de seu trilho.

E eles quedam mordidos para sempre.
deixaram de existir, mas o existido
continua a doer eternamente.

Carlos Drummond de Andrade

Verbo ser

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.

Carlos Drummond de Andrade

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade